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A mostrar mensagens de outubro, 2019

O Rei vai nu

O resultado das Legislativas foi aquilo que se previa. Já todas as análises foram feitas e em relação às mesmas, apenas saliento que, numa democracia representativa parlamentar, o relevante é o número de deputados eleitos e a maioria que daí advém. Assim, constatamos que face às últimas eleições, o PS ganhou +20 deputados e o PAN +3. O PSD perdeu 12, o CDS perdeu 13, a CDU perdeu 5 e o BE manteve o mesmo número. Faltam nestas contas os 3 novos deputados do IL, Livre e Chega, que não estavam representados anteriormente, bem como os 4 deputados a eleger pelos emigrantes. Destaque também para a abstenção, sobre a qual já escrevi no artigo anterior, e o facto de o PS ter mais deputados (106) que toda a direita (PSD, CDS, IL e Chega com 84).  Se o partido que formaria governo já era há muito conhecido, o mais importante será perceber que tipo de apoio parlamentar dai advém. Sendo essa ainda uma incógnita, vou cingir-me, por agora, a 2 outros aspetos que achei relevantes:  1 - O d

A democracia é o pior dos sistemas, à exceção de todos os outros

Dizer que os políticos são todos iguais, fomentar a divisão entre o “eles” e o “nós”, ter e promover uma aversão à política é a receita da extrema-direita populista. Exemplos não faltam, e o pior é que, em todos os quadrantes, começa a florescer este tipo de ações para manipular os sentimentos do eleitorado na conquista fácil do voto.  Seria bom que todos percebessem que os políticos mais não são que o espelho da sociedade.  Pensei em escrever um apelo ao voto, não num determinado sentido, mas no âmbito do combate à abstenção. Mudei de ideias. Prefiro que os desinteressados, os desinformados, os leitores assíduos de Fake News e patológicos adeptos da sua partilha, os demagógicos e populistas, os saudosistas do antigo regime e outros que tais, se abstenham de influenciar o meu futuro.  A abstenção é um problema crescente nas democracias em geral, mas discordo de soluções simplistas que proliferam por aí.  Discordo frontalmente das teorias de associar “cadeiras vazias” à

Fado positivo e debates políticos

1 - O passado mês de agosto foi fértil em boas notícias para Portugal. A economia portuguesa não abranda e mantém um crescimento de 1,8% no 2º trimestre, demonstrando assim que conseguiu resistir à degradação da conjuntura internacional, estando em contraciclo com a Zona Euro.   Se o futuro da economia mundial demonstra indícios de preocupação, os dados apontam que o nosso País está mais bem preparado para uma eventual turbulência. Apesar do impacto esperado, longe parece o tempo em que uma simples constipação na Europa era sinal de internamento nos cuidados intensivos em Portugal.  A dívida pública atingiu mínimos de 2012, com uma queda para os 122,2% do PIB na ótica de Maastricht. E estes valores de endividamento já são contabilizados com a mudança metodológica a nível europeu, que levou a um aumento de 2,1 pontos percentuais na dívida pública portuguesa. Se o facto é de registar, o valor ainda assusta, reforçando a necessidade de políticas ponderadas e controlo orçament