Os Açores enfrentam uma realidade socioeconómica alarmante. Segundo dados recentes do INE, a região apresenta uma taxa de risco de pobreza de 24,2%, significativamente acima da média nacional de 16,6%. Além disso, o Coeficiente de Gini, indicador de desigualdade de rendimentos, situa-se nos 33,8% nos Açores, o mais elevado do país. A taxa de privação material severa atinge 8,2% da população açoriana, o dobro da média nacional. Este número significa que milhares de açorianos não conseguem assegurar necessidades básicas como alimentação adequada, aquecimento, acesso à saúde ou pagamento de despesas correntes. É um retrato social vergonhoso para uma região integrada numa democracia europeia do século XXI. Os Açores são, aliás, a única região do país que não conseguiu recuperar os níveis de 2020 , demonstrando que a retoma nacional não chegou ao arquipélago. Mas o retrato torna-se ainda mais gritante quando olhamos para os dados publicados na base estatística europeia do Eurostat. De acord...
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