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Ano Velho, Ano Novo

Depois das 23:59:59 do dia 31 de Dezembro terminou um segundo, um minuto, uma hora, uma semana, um mês, um ano. O tempo esse continua sempre, nunca termina.
O que não falta por esta altura são os "balanços" do ano que passou e os prognósticos para o que se inicia.
Tenho presente uma série de eventos que se destacaram a nível internacional, nacional, regional e local. Seria fastidioso e impraticável listá-los neste pequeno espaço, mas permitam-me os seguintes destaques.

1. A nível internacional o Brexit e a eleição de Trump, com implicações evidentes ainda por quantificar e que se farão sentir no decorrer de 2017. Para além disso os atentados na Europa e o drama dos refugiados devido aos conflitos no Médio Oriente, que infelizmente devem perdurar neste novo ano. A tudo isto há que acrescentar para 2017 a assustadora possibilidade de resultados importantes para a extrema-direita em França e na Alemanha e os problemas na banca europeia.

2. A nível nacional foi um ano positivo, desde logo a conquista histórica e memorável da seleção nacional de futebol, que tanto fez pela autoestima dos Portugueses, bem como pela economia nacional. A eleição de António Guterres para um dos mais importantes cargos a nível mundial foi outro feito ímpar, nunca antes conseguido por um Português.
Destaque também para a eleição do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa que goza de um índice de popularidade elevadíssimo e que no meio de algum exagero de protagonismo tem conseguido colocar o País à frente das tricas partidárias, unindo e puxando Portugal para cima. Não poderia deixar de destacar a famosa "Geringonça" que permitiu uma mudança de paradigma em Portugal e a devolução/aumento de salários, pensões e direitos, com especial referência para a aprovação dos 2 Orçamentos de Estado com o apoio histórico do PCP e BE, sem problemas constitucionais, sem retificativos e com o aval da CE. 2016 foi um ano de estabilidade nacional, da confiança do consumidor (índice atingiu o valor mais alto dos últimos 16 anos), da enorme afluência de turistas e do melhor défice da nossa democracia, uma estabilidade política e social que contrasta com o que se vê no resto da Europa.

3. Do ponto de vista regional as referências passam obrigatoriamente pela 5ª maioria absoluta do PS-Açores e pelos valores recordes do turismo, alcançados com o novo modelo de transportes, com impacto em todas as ilhas. A redução consistente do desemprego em 2016 é outra referência positiva, atingindo o número mais baixo dos últimos 5 anos. Pela negativa os problemas na lavoura e nas pescas, bem como a deriva politica e interna do maior partido da oposição, a qual também podemos fazer um paralelismo a nível nacional. Uma oposição fraca em nada contribui para um melhor Governo.

4. A nível local o destaque passa obrigatoriamente pela numerosa e invulgar manifestação na Assembleia Regional na defesa do nosso Aeroporto, pedindo “mais e melhores acessibilidades aéreas ao Faial”, curiosamente no ano em que se bateu o recorde de passageiros no Aeroporto da Horta. O facto de a TAP ter abandonado a rota do Faial e a SATA apenas possuir 3 A320 (aviões maiores), bem como alguma falta de experiência dos pilotos em aterrar numa pista com algumas especificidades, causaram um número de desvios, cancelamentos e atrasos superiores ao que estávamos habituados, situação essa que causou indignação na população, mas que se prevê que seja substancialmente melhorada com o sistema RISE já em implementação. Os partidos da oposição conseguiram “surfar” a onda de indignação o que contribuiu em grande medida para outro dos destaques do ano, a derrota do PS no Faial. O já antigo tema do aumento da pista, que conta com o apoio de todos os partidos e população em geral, passou a ser tópico principal, sendo esperado que seja utilizado novamente como arma política nas eleições autárquicas, eleições essas que vão ser um dos principais destaques de 2017. Apesar da sua resolução não ser da competência municipal, já é evidente que o PS local não pretende ser apanhado desprevenido desta vez. A ver vamos.
Salientar também o aparecimento de novos investimentos/empresas no Faial, sobretudo no sector turístico, bem como uma aparência de estaleiro na nossa cidade, com diversos guindastes e maquinaria, das obras de particulares, do Governo e da Câmara Municipal, naquilo que aparenta ser um novo impulso na atividade económica local.

Um Feliz Ano Novo

(publicado no dia 30 dezembro 2016 no Tribuna das Ilhas)

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