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Orçamento Participativo dos Açores (Criticar é fácil, fazer é que é difícil)

O Governo Regional iniciou este ano o Orçamento Participativo dos Açores (OP-Açores) com o intuito de promover a cidadania ativa em todas as 9 ilhas e cumprindo assim aquele que era um compromisso para o atual mandato. 

Através do OP Açores, todas as pessoas podem decidir como investir € 600.000,00 (seiscentos mil euros) nas áreas do Ambiente, Inclusão Social, Juventude e Turismo, quer na apresentação de antepropostas de investimento para as respetivas ilhas, quer na escolha, através do voto, das propostas a implementar.
Por uma questão de justiça entre ilhas, foi criada uma fórmula de cálculo com o pressuposto de assegurar uma distribuição equitativa das verbas. 
O OP-Açores foi divulgado em todos os meios de comunicação social, nas redes sociais e foi apresentado presencialmente em todas as ilhas dos Açores, nos publicitados encontros participativos. A apresentação das antepropostas foi realizada até dia 30 de Abril. 
Conhecendo as críticas levantadas na comunicação social e nas redes sociais por alguns Faialenses, quer sobre investimentos realizados no Faial, quer sobre a ausência de determinados investimentos, pensei que estava aqui uma ferramenta útil para que pudessem, de uma forma direta, idealizar (numa escala mais pequena) o que fazer na nossa ilha. E este idealizar pressupunha apresentar uma proposta devidamente estruturada e de acordo com os pressupostos do OP-Açores.
No início deste mês ficámos a saber que da lista provisória de 181 ideias de investimento público, resultou uma lista definitiva de 154 propostas, distribuídas pelas nove ilhas da Região.
Qual não é o meu espanto quando, ávido para conhecer as propostas do Faial, verifico que a Ilha do Faial, a terceira mais populosa dos Açores, é a 2ª ilha com menos propostas, com apenas 11, apenas à frente da ilha do Corvo! A título de comparação, a vizinha ilha de São Jorge teve mais que o dobro, com 23 propostas disponíveis para votação. 
É caso para perguntar onde andam as forças vivas do Faial? E a juventude? Terá sido distração?
É verdade que também não fiz mais que divulgar o orçamento participativo nas redes sociais, mas e aqueles que tanto criticam o que por cá se faz? Será que apontar, julgar e criticar é fácil, e o difícil é pensar, planear e fazer melhor? 
Espero que para a próxima edição, que já se anuncia que será com maior verba disponível, o Faial possa ter mais propostas e com melhor qualidade.
Aproveito a oportunidade para destacar a proposta que recebeu o meu voto, por me ter parecido a mais interessante, reprodutiva e com maior valor monetário. Falo da proposta no âmbito do Turismo para tornar a Grande Rota dos Baleiros do Azores Trail Run um trilho permanente. A proposta que tem como nome Caminho dos Baleeiros “associa a vasta história da caça à baleia e a recuperação de caminhos antigos, outrora utilizada pelas gentes do Faial e ainda presentes na memória. Assim, promove-se a cultura, conservação da natureza, bio e geo diversidade.”
Tem como objetivo “recuperar caminhos, sinalizar a rota, criar novas ligações ente os troços antigos, onde a abertura de estradas ou operações de emparcelamento fizeram desaparecer as ligações originais”, bem como “criar divisórias em locais que confinam com explorações agrícolas para a segurança dos utilizadores, através de recuperação de muros antigos.” 
Incentivo todos os leitores a irem ao endereço op.azores.gov.pt e votarem naquela que julguem ser a melhor proposta para a nossa ilha.
(artigo publicado no dia 13/07/2018 no Tribuna das Ilhas )

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