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1- Dia da Mulher, 2- Desfile de Carnaval e 3- Festival da Canção

1 - Apesar de todos os avanços na sociedade ocidental, enquanto existir um número extremamente reduzido de mulheres em cargos de chefia, enquanto as mulheres ganharem em média, pelas mesmas funções, menos do que os homens, como demonstram todas as estatísticas oficiais, este dia faz todo o sentido em ser celebrado, como um dia de luta pelos seus direitos. 
O dia internacional da Mulher não serve para oferecer flores e fazer descontos em produtos. É um dia político. Nasceu de lutas de operárias pela igualdade, sobretudo salarial. É um dia pela igualdade de género, para relembrar as reivindicações pelos direitos sociais, económicos e políticos das mulheres na sociedade. 
2 – Existem 3 eventos que enchem de vida e vitalidade as artérias principais da nossa cidade. Refiro-me à Semana do Mar, ao Dia das Montras, enquadrado nas festividades do Natal, e ao desfile de Carnaval da Pequenada. 
Foi por isso com estupefação que li na imprensa local que a Escola Básica e Integrada da Horta não ia participar no desfile de Carnaval, o que implicaria uma redução de cerca de 2/3 dos participantes. Mas o pior foi a justificação apresentada para cerca de 1 milhar de alunos não participarem no tradicional e grandioso desfile. Pelo que veio exposto na imprensa (e nunca desmentido), tal não aconteceu devido aos professores dessa instituição, nomeadamente por causa das negociações da recuperação do tempo de serviço com o Governo. Se tal forma de luta já era discutível, atinge o patamar de injustificável quando, desde Novembro, já sabiam que iriam ser atendidos nas suas reivindicações, ao contrário dos professores do Continente. 
Se a redução considerável de participantes já iria diminuir o impacto do desfile, o tempo também não ajudou, o que implicou a transferência do desfile para o pavilhão da Horta, o que, para além de resguardar crianças e espectadores, até contribuiu para que a redução de participantes fosse minimizada. Espera-se, no entanto, que esta situação de exceção não passe de isso mesmo, e que voltemos a ter as ruas da cidade com mais de 1500 crianças a desfilar e outros tantos a assistir. 

3 - Nunca percebi o porquê de tanta agressividade perante a música de Conan Osiris.
Todos temos o direito de dizer o que não apreciamos, mas questiono-me do porquê de tanto desdém e ofensa. Não seria melhor apenas "deixar no prato" e não ouvir. Até porque assim acabaram apenas por publicitar ainda mais a sua música! 
Não sou um grande fã mas no mínimo reconheço que é interessante, refrescante, irreverente, carismático e com criatividade na fusão de tantos géneros musicais. Pelo menos foi o único candidato do festival da canção que consegui ouvir até ao fim no YouTube… 
Primeiro estranha-se e depois cativa pelo lado vanguardista e engenhoso das suas composições, todas elas feitas completamente fora do que é a receita para a música comercial, mas onde se nota a ingenuidade de um autodidata que aprendeu música num computador. 
Acho piada aos que fazem "crítica literária" da sua letra e até considero a metáfora que utilizou interessante. A esses vou-me abster de apresentar as letras de alguns hits intemporais ou atuais, sobretudo em inglês. 
Sem querer comparar (mas já o vi fazerem), recordo-me que com o António Variações disseram e fizeram algo parecido…e olha! 
Da mesma maneira que previ a vitória do Salvador Sobral, depois de ouvir a música e constatar todo o "hype" nas redes sociais (que já ultrapassam as nossas fronteiras), apostei nesta para ganhar o festival da canção e representar Portugal. 
Se era óbvio que se estava perante algo que não deixaria ninguém indiferente, não deixa de ser extraordinário toda a verborreia discriminatória e ofensiva de alguns, aquando da sua vitória. 
Não se esquecem de uma coisa, a forma como julgamos os outros diz bem mais sobre nós...


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