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As autárquicas já mexem…mas não para todos!

Falta pouco mais de 4 meses para as eleições autárquicas. Se pensarmos que pelo menos durante 2 meses está tudo mais preocupado com as férias, sol e banhos, resta pouco tempo para os candidatos exporem as suas ideias no terreno. Principalmente para quem pretende apresentar um projeto alternativo. 


Apesar disso, no Faial apenas 2 partidos oficializaram os seus candidatos, José Leonardo pelo PS e Carlos Ferreira pelo PSD, não sendo, no entanto, muito difícil prever os restantes. Mas deixo este tema para um próximo artigo.

Já há muito tempo que era dada como garantida a recandidatura de José Leonardo, depois de um mandato que durante os primeiros 3 anos foi muito pouco criticado pela oposição e em que era considerado, pela maioria das pessoas, uma reeleição garantida. 

O trabalho e dedicação de José Leonardo está a vista de todos. É sempre possível afirmar que alguém poderá fazer melhor, mas nenhum faialense, em consciência, poderá dizer que fez um mau mandato.

Nos últimos meses, depois das legislativas de outubro passado, também ficou claro que a única candidatura que poderia aspirar alguma viabilidade no PSD seria a de Carlos Ferreira. Inteligentemente, surfou a onda de indignação criada pelos sucessivos cancelamentos e desvios da SATA, associada à antiga e legítima reivindicação do aumento da pista do Aeroporto. A estratégia que resultou deverá manter-se, ao que parece agora mais centrada no porto e hospital, mas terá dificuldade em fazer uma “osmose” das responsabilidades do Governo Regional para a Câmara Municipal. Além do mais, José Leonardo tem sido claro e direto sobre o que pensa nesses temas, não só com os Faialenses mas com o Governo Regional. Não se ficando pela exigência, demonstrou também proatividade e prudência política, atuando rapidamente na questão do Aeroporto, com a elaboração do Estudo Prévio para ampliação da pista do Aeroporto da Horta, que reduz o custo para cerca de metade. 

Em relação a Carlos Ferreira, no que toca à Câmara Municipal, à data que escrevo, apenas se conhece a sua candidatura e o facto de já ter expresso, por mais do que uma vez, a ideia que não irá seguir o caminho da crítica constante e destrutiva. O que poderá ser interpretado como uma tentativa de mudança de estilo no perfil de candidatos do PSD-Faial, que por regra centravam-se nesse tipo de estratégia, materializada em sucessivas derrotas eleitorais. 

Tem sido por muitos estranhada a falta de propostas de Carlos Ferreira enquanto candidato ao Município, inclusive sobre os temas que usa como bandeira no debate parlamentar, tendo esse facto sido alvo de análise, em tom crítico, no editorial do diretor do jornal Incentivo. E este caso torna-se mais gritante, quando comparando com José Leonardo, alguém que já todos conhecem o trabalho e experiência autárquica, mas que, semanalmente, apresenta objetivos compridos, bem como o que pretende fazer para o futuro. E nesse capítulo tem especial destaque os 42 diferentes projetos integrados que constituem o Projeto geral de Requalificação da Frente Mar da Cidade da Horta, iniciados no decorrer deste ano e com o último a terminar em 2022. 

Não sei se é uma “hibernação” estratégica, mas como principal candidato da oposição, não tendo ainda apresentado algumas ideias concretas para o Município, só podemos avaliar o seu trabalho de 6 meses como deputado. E nesse caso, no que concerne em fiscalizar e pressionar a ação do Governo Regional, em situações relacionadas com a nossa terra, constata-se que está a fazer um trabalho positivo.

Com o que é conhecido de ambos até agora, e tendo em conta o perfil, estilo e forma de estar de cada um, parece-me pacífico concluir que grande parte dos Faialenses deve ver com bons olhos a continuação do trabalho que têm desenvolvido. José Leonardo na Câmara Municipal, como um homem mais de ação, com propostas concretas e planificadas, mais sociável, genuíno, terra-a-terra e com provas dadas em cargos autárquicos, e Carlos Ferreira como deputado regional, com um discurso e argumentação mais estruturado e eloquente, com uma postura mais rígida e intransigente, honrando assim o cargo para qual foi eleito, na defesa dos interesses dos Faialenses perante o Governo Regional. 

Até prova em contrário, penso que assim os Faialenses ficam melhor servidos e duplamente a ganhar.

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