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O Novo País dos 4 F´s

Corro o risco de estar a escrever sobre algo que os leitores já estão saturados de ler, ver e ouvir. Em todo o caso, não consegui resistir à tentação de tecer algumas considerações sobre um dia que vai ficar na História de Portugal, o 13 de Maio de 2017. 

Antes da data, já se falava da possibilidade de se poder associar no mesmo dia 3 factos históricos e de grande impacto em Portugal, uma improvável “trindade”: Fátima, Benfica e Salvador ou Papa, Tetra e Eurovisão. De manhã o Papa em Fátima pelo centenário das aparições e para a canonização de 2 dos pastorinhos, à tarde o tetracampeonato inédito para o Benfica e à noite a vitória ímpar de Portugal na Eurovisão com a música dos irmãos Sobral. 

Ora se tal junção carecia de um alinhamento total dos astros, santos e outras coisas mais, a verdade é que estas coisas das boas notícias em Portugal tem sido como o ketchup: custa a sair, mas, quando sai, é de esguicho! Chegando mesmo a ser demasiadas para 1 único dia!

No meio de tanta emoção, seja pela fé, ou por conquistas desportivas ou culturais no nosso País, alguns fizeram a referência aos 3 F´s de Fátima, Futebol e Fado, referenciados ao tempo do Estado Novo. Eu acrescentaria mais um F, de Finanças, tendo em conta as boas notícias que temos sido brindados nos últimos tempos. Mas todos eles agora em liberdade e com uma nova geração, simbolizando assim, ironicamente, a vitória da democracia sobre o totalitarismo. 

Da visita do admirado Papa Francisco a Fátima e das imagens extraordinárias transmitidas na TV, destacaria a seguinte afirmação do Papa: Nossa Senhora de Fátima não é “uma santinha a quem se recorre para obter favores”. 

Do “meu” Benfica, o crer e ambição demonstrado neste campeonato. Todas as equipas têm períodos bons e maus, por vezes são beneficiadas ou prejudicadas, mas a diferença está nos momentos em que se é prejudicado ou em que as coisas não saem tão bem, perante toda a adversidade, ter a capacidade de dar a volta. 

No Faial não tivemos Marquês, mas tivemos o Duque, mais concretamente a largo Duque d’Ávila e Bolama, o local onde os Benfiquistas Faialenses fizeram a festa, organizada por um grupo de fervorosos adeptos.

Por fim a vitória histórica no festival da Eurovisão, que chamou a atenção de muitos para quem, como eu, o festival já não dizia nada há mais de 2 décadas. 

Mais do que vencer a Eurovisão, foi o vencer com uma canção e interpretação assim, diferente do que era habitual, em português e com uma vitória unânime, quer nos juízes, quer pelo povo, atingindo o maior número de pontos alguma vez registado. Salvador Sobral foi campeão na maior goleada da história da Eurovisão.

A propósito de tudo isto, uma conhecida página de humor no Facebook publicou uma foto de Passos Coelho e Cavaco Silva lado a lado, ambos de cabisbaixos, com a seguinte frase “Já repararam como tudo mudou desde que eles saíram?”

Obviamente exagerada, como se quer no humor, a verdade é que nos faz pensar nestas singulares coincidências. Desde que ambos saíram dos cargos de responsabilidade máxima no nosso país: Portugal ganhou o Euro 2016; o défice foi o mais baixo da nossa história democrática; a confiança dos consumidores é a mais alta dos últimos 20 anos; o Papa veio a Fátima e tornou santos 2 portugueses; Portugal ganhou pela primeira vez a Eurovisão, o Benfica foi Tetracampeão; a economia portuguesa teve o maior crescimento da última década; o País está na moda e o turismo bate recordes; o desemprego continua a descer para resultados mínimos dos últimos 8 anos, António Guterres é o novo líder das Nações Unidas e Portugal finalmente saiu do procedimento de défice excessivo. 

Coincidência ou não, sempre ouvir dizer que trabalho com pensamentos e palavras positivas, atraem resultados positivos. 

Quero acreditar que vivemos uma afirmação de uma geração que cresceu em liberdade, bem preparada, tolerante e aberta ao mundo. Uma geração que acredita que pode triunfar contra os melhores, sem complexos de inferioridade, que acredita em si e pensa positivo, sem a inevitabilidade do “triste fado” português. 

Como tem sido dito ultimamente, Portugal está melhor e recomenda-se.

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