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O País visto por fora - zapping informativo

1 – Se é verdade que muito ainda falta fazer para melhorar a realidade de Portugal, também é verdade que estamos consideravelmente melhor que no passado recente. Se os dados económicos assim o demonstram, divulgados por instâncias internacionais e imprensa especializada, nem sempre essa realidade é replicada na população com a velocidade desejada.
É por isso com agrado que verifiquei que no estudo “Changing Consumer Prosperity” da prestigiada Nielson, uma empresa global de medição e análise de dados, os Portugueses aparecem como mais otimistas que os restantes países Europeus. E este dado é significativo se considerarmos que em 2013 apresentava os portugueses como “um dos povos mais pessimistas do mundo”, concluindo que o seu comportamento face ao consumo, bem como os índices de confiança estavam em mínimos históricos. 

Compreende-se este resultado, tendo em conta o cenário depressivo e de empobrecimento de 2013 e as melhorias na situação económica do País nos últimos anos, traduzidas no facto de cerca de metade dos portugueses considerarem no estudo que a sua situação económica melhorou. 

Apesar de verificarmos periodicamente a reivindicação de melhores condições salariais em vários sectores, a melhoria progressiva da situação económica do País, trouxe segundo os autores “um maior sentimento de alívio e sensação de melhoria, comparativamente ao registado em outros países”. 

Podemos ainda estar longe do Portugal que idealizamos, podemos discutir se já podíamos ter alcançado mais ou se a situação é ou não duradora, mas o Portugal de hoje é melhor do que há 4 anos atrás. E contradizer isto é o mesmo que contradizer que a terra é redonda ou que as vacinas funcionam. Para esse peditório não dou. 

2- Seja pelas greves, seja pelo deficiente investimento em equipamentos na última década, o tema da Saúde em Portugal tem estado na ordem do dia. Umas vezes com razão, outras talvez por interesses que alguns tenham em demonstrar fraquezas do Serviço Nacional de Saúde (SNS), quiçá para satisfazer o poderoso lobby dos seguros de saúde e hospitais privados. Se é certo que problemas existem, também é certo que nunca, como nesta legislatura, se fizeram tantas consultas e cirurgias, bem como investimento na contratação de recursos humanos para o sector. Também é certo que isso de pouco serve para o indivíduo que sente dificuldades na resolução dos seus problemas. Como tal, nada melhor que a avaliação isenta de entidades externas e a comparação com outros sistemas de saúde na Europa. 

A Health Consumer Powerhouse organiza o ranking Euro Health Consumer Index”, classificando anualmente 35 serviços nacionais de saúde na Europa, com base em diversos indicadores. Refere que o SNS português teve um “forte desempenho” em 2018, colocando Portugal no 13º lugar do ranking de sistemas europeus. Apesar da subida, destaca como principais situações por resolver as questões com o tempo de agendamento de consultas e as infeções hospitalares. 

3O Eurobarómetro da Opinião Pública Europeia, divulgou esta semana que os cidadãos portugueses têm mais dificuldade em identificar notícias que deturpam a realidade ou que são objetivamente falsas do que a média dos cidadãos europeus. 

Pelo que consigo percecionar nas redes sociais, diria que têm uma dificuldade preocupante. 
Desde pessoas menos esclarecidas aos novos infoexcluídos, mas cada vez mais identifico aquelas que “cegas” nas suas crenças e induzidos pela aversão a ideias diferentes das suas, aceitam e partilham tudo o que lhes colocam à frente.
Se a tudo isto acrescentarmos o proliferar dos títulos sensacionalistas de uma imprensa a lutar pela sobrevivência e o sucesso das Fake News em eleições por este mundo fora…podemos ter a tempestade perfeita.

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