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O combate ao vírus SARS-CoV-2

Quando abri o email a recordar-me que esta semana escrevia um artigo para o jornal, a minha primeira reação foi “agora não tenho tempo para isto”, já pela madrugada, decidi escrever este pequeno desabafo em forma de pedido. 

Trabalho no Hospital da Horta e no âmbito das minhas funções, tenho estado envolvido com um grupo de excelentes profissionais, na preparação do combate à pandemia do COVID-19. Tenho por regra evitar escrever sobre o meu local do trabalho, faço hoje uma exceção para dizer o seguinte: 

Os profissionais de saúde, todos eles, são as forças especiais na linha da frente desta guerra.

Atrás deles, num papel fundamental, estão todos os outros profissionais do hospital que permitem que tudo continue a funcionar. 

Toda a população conta com o nosso esforço, abnegação e sentido de responsabilidade para esta batalha. 

Estou certo que vamos todos fazer o nosso melhor, mas a tarefa é difícil e será necessário união e espírito de sacrifício, bem como o precioso e fundamental contributo da sociedade. 

Como numa guerra, a união de todos é fundamental, seja num Hospital ou na sociedade, e uma cadeia de comando, devidamente protocolada tem que ser respeitada, otimizando recursos e de maneira a que remamos todos para o mesmo lado, mesmo que por vezes nos custe ou possamos nem sempre concordar. 

Deixemos os egos, interesses, críticas, mal entendidos, discordâncias e assuntos pendentes para depois. Ser agoirento não ajuda, bem pelo contrário. Não percamos tempo no acessório e no que devia ter sido e centremos no fundamental e no agora. 

Serenidade, responsabilidade e concentremo-nos na capacidade de cada um de nós e de todos, porque juntos somos mais fortes! 

Se pretendem ajudar os profissionais de saúde, mais do que bater palmas na janela, façam coisas que realmente fazem a diferença nesta guerra: 

- FIQUEM EM CASA, sempre que possível. 

- Sigam as regras de etiqueta respiratória, distanciamento social e lavem as mãos frequentemente. 

- Se tiverem sintomas ou contactado com alguém infetado não vão para o Hospital e liguem para a Linha Saúde Açores 808 24 60 24. 

- Se tiverem dúvidas não clínicas liguem apenas para o 808 24 24 24 para não entupir a outra linha. 

- Respeitem as indicações das autoridades de saúde, principalmente o isolamento social e quarentena. Compreendem uma coisa, isolamento e quarentena, implica chatices e injustiças. Em momentos difíceis, medidas difíceis…ou só querem para os outros? 

- Se têm familiares ou amigos que pretendem voltar para os Açores, peçam para não voltar e se tiver mesmo que ser, que façam quarentena na ilha com ligação ao exterior. 

- Não partilhem nada que não seja oficial ou de fontes credíveis. 

Com isto, acreditem que estão a ajudar imenso e a fazer toda a diferença. 

O ser humano tem ultrapassado ao longo dos tempos diversas pandemias, esta é apenas mais uma, que vai ser ultrapassada e muitas mais virão no futuro. Infelizmente, caiu-nos a nós passar por esta agora… 

Uma palavra de apreço para todos aqueles que, ansiosos como todos os demais, dia e noite, assumem o trabalho na linha da frente e aos que na nossa Ilha, Região e no País, carreguem aos ombros a responsabilidade da decisão e do comando das operações.

publicado na edição de 20 Março do Tribuna das Ilhas

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