1 - Não é apenas por tragédias individuais que uma ministra da Saúde deve sair. É por ter conduzido o SNS a um estado ainda mais difícil do que aquele que encontrou. Desde que Ana Paula Martins assumiu o cargo, o que já estava mal tornou-se pior e, em muitos casos, insustentável. As promessas de reorganização transformaram-se em cortes cegos, a prioridade passou a ser a folha de cálculo e não os doentes. O resultado está à vista: serviços que encerram, urgências em rutura, profissionais exaustos e uma população que começa a perder a confiança no sistema público. Quando se decide cortar na despesa sem qualquer estratégia de eficiência, o que se está a fazer é escolher quem vai sofrer. E, como sempre, são os cidadãos, nomeadamente os que não têm seguro de saúde, os primeiros a pagar. Não há sinais de investimento real na capacidade do SNS, apenas uma transferência de responsabilidades para o sector privado, que cresce à custa do desmantelamento do público. A política de austerid...
Imaginem, por um instante, que o Primeiro-Ministro Luís Montenegro tivesse aumentado a dívida pública nacional em mais de 40%. Conseguem imaginar o que se seguiria? Aberturas de telejornais em tom dramático, debates televisivos infindáveis, colunas de opinião inflamadas e uma oposição em pé de guerra. Seria um escândalo nacional. Mas, curiosamente, quando o mesmo acontece nos Açores, tudo passa despercebido. Segundo dados oficiais, a dívida pública regional cresceu 42% nos últimos cinco anos de governação da Coligação PSD/CDS/PPM. Atingimos um máximo histórico de 3400 milhões de euros de dívida em 2024 para uma região com apenas 236 mil habitantes. Os dados mais recentes do Banco de Portugal (2º trimestre 2025) indicam que a dívida já ultrapassava os 3700 milhões de euros. Estamos a falar de um valor que é quase o dobro do que tínhamos em 2019! E, no entanto, onde estão as manchetes, os debates e a indignação pública? A comunicação social regional, salvo honrosas exceções, parece res...