Em pouco mais que uma semana, os faialenses voltam às urnas. Mais do que escolher listas ou partidos, estarão a decidir que lugar querem para a sua ilha nos próximos anos. A realidade é clara: o Faial está a perder espaço no contexto regional. Perde peso político, perde confiança, e cada vez que isso acontece, perdem também os faialenses — em oportunidades, em desenvolvimento e em futuro. Enquanto outras ilhas crescem e se afirmam de forma consistente, o Faial avança timidamente, e em alguns domínios até recua. A Coligação, liderada pelo PSD-Faial, trouxe pontos positivos e um renovado fôlego, mas tem mostrado mais talento para a pirotecnia comunicacional e mudanças cosméticas do que para resolver problemas estruturais. Tirando as raras exceções que surgem para responder a problemas atuais, limita-se a concluir o legado planeado pelos seus antecessores, beneficiando de um trunfo histórico e irrepetível: a "bazuca financeira" do PRR, que veio apenas acelerar a concretizaçã...
Os números não mentem. Pela primeira vez, o Faial foi ultrapassado pelo Pico no total de dormidas turísticas acumuladas de janeiro a julho. O sinal tinha surgido em junho, mas em julho tornou-se irrefutável: 45.008 dormidas no Pico contra apenas 37.823 no Faial. Uma diferença de mais de sete mil dormidas num único mês. Mais do que estatística, é o sintoma de uma ilha que está a perder o seu lugar de liderança no Triângulo. Durante décadas, o Faial foi o centro nevrálgico da economia e da política da região. Hoje, assistimos a uma inversão histórica: enquanto o Pico se afirma com uma estratégia consistente e ganha protagonismo, o Faial cresce de forma tímida, refém da falta de visão e de influência. Não se trata de rivalidade entre ilhas-irmãs, mas de uma transformação estrutural que nos está a empurrar para trás. A perda de peso político do Faial é evidente, e a atual governação regional, com a passividade do PSD/Faial, tem sido cúmplice deste declínio. A redução de voos diretos pa...