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O caminho...

Aproximamo-nos a passos largos para um dos momentos mais importantes da sociedade Açoriano. Refiro-me às eleições legislativas regionais. Um momento que irá apontar o rumo dos Açores para os próximos 4 anos, ao qual acresce a difícil tarefa de ultrapassar a crise provocada pela atual pandemia. Pandemia essa que deixou bem claro a importância de termos um Governo próprio, o que, por si só deveria ser motivo para incentivar os eleitores a alterar os elevadíssimos valores da abstenção.

Vamos ter uma campanha política diferente, sobretudo devido à COVID-19, uma campanha que vai ter que se reinventar. Para além do foco no combate à grave crise económica, decorrente do impacto global do novo coronavírus, um dos temas em destaque será de certeza o novo paradigma ecológico e ambiental.

Seria de esperar que fosse o maior partido da oposição a apresentar serviço, uma vez que inicia a corrida em desvantagem, mas não, foi o PS o primeiro a exibir as suas listas, no passado dia 11, e a dar o mote para a (pré-)campanha eleitoral.

A mensagem que quis passar foi clara, a capacidade de recrutamento da sociedade civil, face aos adversários, a liderança e a estabilidade do seu projeto. No principal adversário a leitura é de evidente descrença já instalada e a luta no arrumar de cadeiras nos locais elegíveis. 

Se a tarefa já era hercúlea, parece que José Manuel Bolieiro está mais preocupado com os processos na justiça, como é o caso do processo Azores Parque. Aliás, o PSD vive um momento que tem tanto de dramático como de surpreendente, com o atual líder e os seus 2 antecessores, com casos na justiça (com diferentes níveis de gravidade) decorrentes de ações do Ministério Público. 

Considero-os pessoas sérias e todos têm direito à presunção de inocência, mas é evidente que tanto os próprios, como o partido, veem a sua imagem severamente afetada e uma nuvem negra de desconfiança a pairar sobre as suas cabeças. Não é que ache que fizesse diferença, mas este tipo de casos associada à atual conjuntura favorável para o PS, deitou por terra a mínima esperança para o militante do PSD mais distraído e alheio da realidade.  Isto apesar de qualquer socialista querer fazer ver o contrário, com o receio de perdas de votos, por se pensar que são favas contadas.

Quanto ao único partido com listas apresentadas, verifica-se quase 70% de renovação, 58% de independentes e 44% de mulheres.

É evidente a renovação, apesar de nos cabeças de lista as mudanças serem poucas. É também evidente o maior número de mulheres nas listas e em lugares efetivos, bem superior ao exigido pela paridade, mas ainda não foi desta que obtiveram os 50%.

Se a maioria de independentes nas listas, é um facto que demonstra o “interesse” e capacidade de recrutamento, é importante que não se dilua a matriz ideológica socialista, sobretudo numas legislativas, em troca de caras conhecidas.

Não vai ser também nestas eleições que vamos ter a limitação de 3 mandatos para os deputados, como temos, por exemplo, para o Presidente do Governo.

No que toca ao Faial, estranhei não ver nomes sonantes da velha guarda, que normalmente apareciam mais para o fim, como que a dar a sua aprovação. Um outro aspeto que se destaca é o facto de a lista ser maioritariamente de independentes, isto apesar dos 2 lugares que garantam eleição pertencerem a militantes e atuais deputados eleitos. 

Goste-se ou não, não há como olvidar que o PS-Açores tem sido o referencial de liderança e estabilidade. Não existem dúvidas de que tem sido o partido que melhor tem sabido compreender os anseios dos Açorianos, como comprovam as sucessivas vitórias eleitorais.

Antes de conhecida a data das eleições, o PS já incutiu na população o seu slogan. O "P´rá frente é que é caminho!" já pegou e parece-me evidente que esse caminho será liderado por Vasco Cordeiro, naquele que será o seu 3º e último mandato.



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