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A Estabilidade Governativa

Num belo dia do ano passado, numa altura em que os resultados macroeconómicos do nosso País eram elogiados por toda a Europa, agências de rating e imprensa especializada, quando o pais conseguia um superavit e reduzia a dívida; quando Portugal tinha um crescimento económico acima da União Europeia; quando o emprego aumentava, subiam salários e pensões, mas onde permaneciam problemas estruturais em áreas como educação e saúde, e onde as circunstâncias externas (inflação, aumento taxas de juros, guerras) faziam-se sentir pela população, fomos surpreendidos por uma decisão do Ministério Público que fez cair o Primeiro Ministro. Caiu um Primeiro Ministro em Portugal por uma intervenção do Ministério Público e, passados 4 meses, nem o mesmo nem ninguém, sabe o porquê. Também muitos têm dificuldade em compreender porque é que o partido que recentemente tinha obtido uma maioria absoluta e consequentemente a maioria dos deputados na Assembleia da República, não pôde escolher um novo Primeiro M
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O dia seguinte

As eleições nos Açores foram ganhas pela coligação PSD/CDS/PPM. Uma vitória não por maioria absoluta, como pediu o seu líder, mas por maioria relativa. Ao contrário das últimas eleições, uma vitória que permite ao partido mais votado governar, ou não tivesse a direita a maioria. Há, contudo, dados interessantes a tirar destas eleições, se as compararmos com as anteriores. A destacar a redução da abstenção. Votaram +11653 eleitores e foram estes eleitores “adormecidos” que sobretudo favoreceram o Chega com +5366 votos que nas últimas eleições, seguido pela Coligação com +5297 votos. O PS que tinha sido anteriormente o mais votado, curiosamente também aumentou o número de votos, com mais 837 votos. Fácil é de concluir que a redução da abstenção, que em muitos casos é um eleitor descontente ou que estava desinteressado, favoreceu o Chega e a Coligação. O Chega é o partido com maior subida de votos e o único que aumenta o número de deputados, passando de 2 para 5. Os partidos da coligação

Para bom entender meia palavra basta

No próximo dia 4 de fevereiro, os Açorianos são chamados às urnas antecipadamente, em resultado da instabilidade do Governo de Coligação PSD/CDS/PPM e restantes partidos que a apoiam, de onde se destaca o IL e Chega. Em abono da verdade, há que constatar que nem tudo foi mal, e efetivamente existem medidas positivas, apesar de muitas se reduzirem a intenções ou projetos. Mas no cômputo geral, acho que é pacífico concluir que o que ficará para a história destes 3 anos de governação é uma tremenda instabilidade, múltiplas lideranças e o destaque a nível nacional pelos piores motivos. Necessitamos de estabilidade, liderança e previsibilidade. Cidadãos e empresas necessitam de saber com o que podem contar no futuro, nomeadamente no que concerne aos programas de incentivo, estratégia económica e medidas estruturantes. Necessitam que as mesmas não mudem por capricho de pequenos partidos e que decisões de interesse regional não sejam colocadas em causa por minudências, favorecendo inclusi

O Pai, o Padrinho e o Fiel da Balança

Nos Açores e no Continente, estamos perante duas eleições incertas e das quais se prevê instabilidade. Não sabemos quem irá ganhar, se será possível formar governo, sendo reduzidas as probabilidades de uma situação estável e duradora. Mas já existe um grande vencedor: a unipessoal de André Ventura, que dá pelo nome de CHEGA. Com todas as sondagens a dar um crescimento superior a todos os restantes, com percentagens que ultrapassam os 15% e uma extrapolação para números de deputados que poderá rondar os 30 a 40, terá assim um claro papel de fiel da balança para o resultado das eleições. Mas voltemos atrás na história, ao ano de 2017 em que um conhecido comentador desportivo da CMTV, foi escolhido pelo PSD para se candidatar à Câmara de Loures. Cedo começou a disparar os seus soundbites xenófobos e racistas, que culminaram em destaque na imprensa, na retirada de apoio do CDS e críticas de destacados membros do PSD. Nada que abalasse Passos Coelho, que prontamente confirmou e defendeu Ven

Clareza (ou falta dela)

O momento político atual na Região e no país caracteriza-se por um cenário de turbulência e incerteza, agravado por todo o panorama internacional conhecido.   É um tempo para estarmos alerta e participativos, para defendermos os nossos valores e construirmos um futuro melhor. Vivenciamos a singular situação de na República termos um orçamento sem governo e nos Açores um governo sem orçamento. Como consequência, os Açorianos têm a particularidade de ir às urnas três vezes no ano de 2024, com legislativas regionais em fevereiro, legislativas nacionais em março e europeias em junho. A condimentar tudo isto, tivemos a nível regional uma caranguejola de 5 partidos que não se entende e que consecutivamente foi apontado a nível nacional como um exemplo negativo e instável de Governação. E a nível nacional um acumular de casos que vão desde membros de gabinetes do governo até ao Presidente da República, que devem deleitar todos aqueles que não se identificam com o nosso sistema democrático.

Faial: Em Busca de um Futuro Sustentável

  No coração do arquipélago dos Açores, encontramos a peculiar Ilha do Faial. Com as suas paisagens deslumbrantes, rica história e povo acolhedor, este pequeno paraíso insular encanta todos os que têm a sorte de aqui chegar. A Marina da Horta é um marco internacionalmente reconhecido, onde velejadores de todas as nacionalidades encontram no meio do Atlântico um porto de abrigo. Os campos verdes, salpicados de hortênsias exuberantes, contrastam com o azul intenso do oceano Atlântico. A mítica e singular visão para a imponente montanha do Pico. A Caldeira, um vulcão adormecido com uma lagoa em seu interior, é uma das atrações imperdíveis. Já o Parque Natural do Faial, com sua vegetação luxuriante, trilhos deslumbrantes e vistas panorâmicas, oferece aos visitantes uma conexão profunda com a natureza. Além disso, não podemos esquecer o Vulcão dos Capelinhos, uma das maravilhas naturais mais emblemáticas dos Açores. Um vulcão submarino que emergiu das profundezas do oceano em 1957, deixan

Divergências insanáveis e inultrapassáveis

Ao contrário do que é a regra nas mudanças governativas, Clélio Meneses, o agora ex-secretário Regional da Saúde e Desporto, saiu do Governo batendo a porta com estrondo. As suas palavras, dignas de citação, são pensadas, claras e com destinatário: “Faço-o por razões exclusivamente políticas, assentes em divergências insanáveis e inultrapassáveis, evidenciadas em sucessivas ingerências no exercício do cargo para o qual fui nomeado, dificultando, quando não impedindo, o cumprimento da complexa missão de gerir o setor”. Mais uma vez, fica claro (até para os muito distraídos) quem é o “Dono Disto Tudo” nos Açores. Mas pelos vistos, nem todos no PSD estão para aturar este papel vexatório que está agora atribuído ao maior partido do Governo. Os exemplos são demasiados, constantes e cada vez piores. Bem sei que existe uma falange de cargos de nomeação que há muitos anos eram desejados, mas como já o havia escrito, a desconsideração a que o maior partido do Governo está entregue há muito que

Velhos hábitos e factos despercebidos

Iniciámos 2023 da mesma forma que terminámos 2022, com muitas polémicas do foro político. Com as respetivas diferenças, tanto na Região como na República, são continuamente reportados casos e casinhos de natureza diversa. Uns que se depreende que são empolados ou sem razão de ser e outros que não lembram ao Diabo! Parece que a dita ética republicana anda pelas ruas da amargura, mas pelo menos por cá sempre fica em “família”… Há quem diga que isto nunca esteve tão mau e os impropérios para a classe política atingem intensidades preocupantes, situação que apenas serve para favorecer as extremidades radicais do espectro político. Mas será mesmo assim, ou não teremos agora uma opinião pública mais atenta, uma comunicação social mais arrojada (e também dependente de interesses económicos), bem como todo o impacto e rapidez das redes sociais? Os saudosistas porventura esquecem que no antigo regime as coisas eram bem piores, não só por serem sempre os mesmos a ser favorecidos, mas pelo simpl

As diferenças no Aeroporto da Horta

Entre subidas galopantes de inflação e taxas de juros assustadoras, o que nos vai valendo é o ânimo dos resultados positivos e nunca antes vistos no turismo dos Açores, facto a que não será alheio toda a euforia pós-covid. Se olharmos para os dados de agosto 2022 de passageiros desembarcados nos Açores, verificamos um valor de 259916, uma variação positiva de 29,9% em relação ao mesmo mês do ano anterior e, principalmente, um aumento de 18% face a 2019 (pré-covid), até então o melhor ano para o turismo nos Açores. Os dados acumulados de janeiro a agosto confirmam também ambas as subidas. O Faial, como as restantes ilhas, está com o turismo em alta, mas há um aspeto importante a considerar, relacionado com o nosso aeroporto e a sua operacionalidade. Todos nos lembramos das ineficiências anteriores, das manifestações na rua, deste ser um tema central e constante em todos os atos eleitorais, e diria mesmo um fator decisivo da alternância política nas 2 últimas eleições. Apesar de continua

Semana do Mar 2022

Terminou mais uma edição da muita aguardada Semana do Mar. A festa máxima da nossa ilha e uma das mais importantes dos Açores, o ponto de encontro de familiares e amigos que retomam, a enchente de turistas e o variado cocktail de provas náuticas. A única semana onde a ilha se modifica, enchendo-se de vida e alegria de noite e de dia. Mas neste ano, em particular, muito aguardada por termos passado por 2 anos de pandemia, e onde se perceba claramente que era de festa que todos ansiavam. Acresce a curiosidade de perceber o novo figurino associado à forçada deslocação devido às obras na Avenida. O recorde no turismo, associado à ânsia de festa e de reencontros, fazia prever o sucesso, que nem eventuais dúvidas sobre um novo local poderiam ofuscar. O esperado veio a concretizar-se e dadas as circunstâncias acho que é opinião unânime que tivemos mais uma excelente Semana do Mar. Há contudo que analisar o que correu bem e menos bem neste novo figurino, o que é a Semana do Mar e o que querem

Tarifa Açores

Depois de 3 artigos onde fui incisivo nas falhas do Governo Regional, falhas essas que pela persistência ou gravidade têm sido constantemente abordadas por diversos articulistas e inclusive militantes do maior partido do Governo, sinto-me embebido num espírito conciliador e sugestivo. Quero acreditar que o acumular de trapalhadas em tão pouco tempo, não sejam maís do que “dores de crescimento” pela ausência de 24 anos do poder, articulada à difícil tarefa de conciliar uma caranguejola de 5 vontades politicas diferentes, muitas delas ausentes de estrutura programática consistente ou projeto político minimamente implementado na nossa população. Obviamente que também existem alguns aspetos positivos, os quais já aqui tive oportunidade de referir, como é o caso da tarifa Açores. Aquando da sua apresentação tive oportunidade de referir que a mesma seria exequível, mas que seria bom que os Açorianos percebessem que mais não seria que colocar mais dinheiro dos contribuintes na transportadora,

O Governo é como o Windows, reinicia-se mas o problema persiste

Escrever ou ler sobre as Agendas Mobilizadoras já irrita qualquer um, mas quando pensamos que este tema é chão que já deu uvas, somos sempre brindados com novos e tristes desenvolvimentos. Já não bastava o rol de declarações na comissão de inquérito, que demonstraram todo um processo seleto e   opaco, onde a maioria não sabia o mínimo do que se estava a passar, para agora termos a confirmação que não estamos “só” perante um gravíssimo atraso. Recentemente o Presidente da Estrutura de Missão Recuperar Portugal, foi perentório ao afirmar que “não está prevista” a reabertura de candidaturas e que o processo está a avançar, contrariando as palavras do Presidente do Governo, que no ano passado, depois de uma chuva de críticas, referia que as mesmas iam começar do zero, e que não se perdia 1 cêntimo! O ex-ministro do Planeamento veio também afirmar não ter dado qualquer garantia ao Governo que a Região beneficiaria de 117 milhões de euros ao abrigo das Agendas Mobilizadoras, como foi a

Baralha e volta a dar

  A esperada remodelação do Governo viu a luz do dia. Dia 6 de Abril o líder regional do Chega ameaçava que o Governo acabou! Uma semana e meia depois o Governo é remodelado no ponto alto de uma crise sísmico-vulcânica e quando já se fazem sentir os fortes impactos na economia decorrentes da guerra. Apesar de apenas 17 meses de governação, a verdade é que a mudança tardava e já se justificava, tal o tamanho das trapalhadas que têm vindo a público, bem como a inação e falta de perfil de alguns membros do Governo. Não foi espanto para ninguém a saída dos 4 membros em causa. De todos já tinha aqui dado exemplos de falhas graves, se bem que a capitulação do Secretário da Finanças tem um peso político esclarecedor do tamanho da confusão existente. E serve como confirmação de todas as trapalhadas e atropelos que vieram a público nos processos das agendas mobilizadores, orçamentos da Região, bem como do inconcebível atraso de medidas de apoio à economia. Foi constrangedor ver as reportage

Para além da Guerra

Se para este ano as perspetivas já eram desafiadoras, as consequências da guerra na Ucrânia tornam tudo extremamente difícil. Antes já se vivenciava uma subida abrupta da inflação, que pressionava os custos de famílias, empresas e Estados. A pandemia mantém o seu impacto direto e indireto na economia. A seca que alastra no País, com efeitos negativos esperados a curto prazo. E agora temos a guerra entre 2 dos maiores produtores mundiais de cereais e a subida dos combustíveis e do preço da energia, que geraram um acréscimo descontrolado do custo de todas as matérias-primas, principalmente das essenciais para a produção alimentar e que já obriga a racionamentos em Portugal. As sanções económicas que, de um lado e do outro, não param de escalar, e que todos acabaremos por sentir.  São tudo exemplos preocupantes e que vão obrigar aos decisores políticos, uma liderança forte e eficaz, com rápida capacidade de decisão e de implementação de medidas mitigadoras. Tudo aquilo que, infelizmente,

Transportes Aéreos - Onde há fumo há fogo

São vários os exemplos de “fumo” que estamos a presenciar, associados às acessibilidades aéreas e ao Aeroporto da Horta. Se o aumento da pista parecia uma questão de timing e acerto de comparticipações, rapidamente percebemos que verbas regionais são apenas para a elaboração do projeto, e mesmo assim, os valores apresentados em orçamento foram nulos. Mas o pior foi a necessidade de se lançar a hipótese da redução da pista, em vez do seu aumento. O que na altura pareceu um simples disparate por parte da ANA, começa agora a fazer sentido, tendo em conta a possibilidade de ficarmos sem voos para Lisboa por imposição dos acordos de reestruturação da SATA. Deliberadamente afastados de todas estas decisões e jogadas de bastidores têm andado os Faialenses, facto a que não será alheio os 3 momentos eleitorais dos últimos 15 meses. Associado a isto temos o “fumo” dos cancelamentos constantes da SATA para o aeroporto da Horta. Cancelamentos relativamente aos quais é dito que são acordados com em

Um novo ciclo

As eleições legislativas trouxeram um novo ciclo político ao nosso País.  Se o alinhamento final foi para mim o expectável, creio que a maioria absoluta deixou todos surpreendidos.   Já tínhamos percebido que CDU e BE seriam fortemente penalizados por um chumbo do orçamento que foi criticado por cerca de 2/3 da população e cuja culpa lhes era atribuída. Esperada era também a subida do Chega e da IL, muita à custa da erosão do CDS e de uma oposição suave de Rui Rio, constantemente preocupado com lutas internas e a piscar o olho ao eleitorado do centro-esquerda. Apesar do desgaste de 6 anos, as melhorias económicas e sociais dos últimos anos, e a resposta à pandemia, eram sinais fortes que o PS seria o partido mais votado. Restava saber se seria suficiente os votos à esquerda para formar governo, ou se, pelo contrário, a queda de CDU e BE, associada ao forte crescimento da extrema direita, acabariam por colocar o 2º partido mais votado no poder.   E julgo que foi essa possibilidade

Antes viver sujeitos, que ser livre sem pelouro!

O ano de 2021 terminou. Vários foram os acontecimentos relevantes, dos quais destaco: o protelar da Pandemia; eleições antecipadas pelo chumbo do Orçamento; a mudança camarária no Faial; e o primeiro ano do governo de coligação de 3 partidos (PSD, CDS e PPM), dependente de acordos parlamentares com IL, Chega e um deputado independente. A mudança na Câmara da Horta foi o facto político para os Faialenses. Passados 32 anos de poder autárquico socialista, Carlos Ferreira, com a coligação dos 3 partidos que formam o atual Governo, assume a Presidência da Câmara, com uma vitória nos 3 órgãos autárquicos. Com apenas 3 meses de trabalho, não é possível fazer a análise ao mesmo. Mas com mais ou menos verbas por rubrica, com mais ou menos luzes de natal, até agora tudo se mantém aparentemente igual, incluindo até tiques que antes eram motivo de contestação. Curioso é ver os que se indignavam no passado, legitimarem agora idênticas medidas. Quem não parece indignado é o PS-Faial, que aceita a d

Prognósticos só no fim…das eleições!

Simpatizo com o Presidente Marcelo, mas confio pouco.  Penso que Marcelo tem tanto de genuíno como de calculista, não duvido que é genuinamente democrata e preocupado com o País, como é genuinamente populista e eterno criador de factos políticos. Vem isto a propósito da dissolução do Parlamento, em virtude do chumbo do Orçamento de Estado para 2022, efetuado pela direita, com o apoio do PCP e BE. Não foi por falta de aviso do Presidente que se chegou onde chegou, e se me parece óbvio que nem Presidente, Governo ou partidos, desejavam eleições neste momento, cedo se percebeu que, por motivos diferentes, a maioria não ficou verdadeiramente incomodado que se tenha chegado a tal. O mesmo já não se pode dizer da maioria dos eleitores deste país. Existindo visões diferentes para o porquê, a verdade é que aqui chegamos pelo chumbo do BE e do PCP. O verdadeiro dilema do PCP e do BE foi mais ao menos este: Hipótese 1 - Abster-se no Orçamento de Estado por achar que o mesmo não reflete