1 - Não é apenas por tragédias individuais que uma ministra da Saúde deve sair. É por ter conduzido o SNS a um estado ainda mais difícil do que aquele que encontrou. Desde que Ana Paula Martins assumiu o cargo, o que já estava mal tornou-se pior e, em muitos casos, insustentável. As promessas de reorganização transformaram-se em cortes cegos, a prioridade passou a ser a folha de cálculo e não os doentes. O resultado está à vista: serviços que encerram, urgências em rutura, profissionais exaustos e uma população que começa a perder a confiança no sistema público. Quando se decide cortar na despesa sem qualquer estratégia de eficiência, o que se está a fazer é escolher quem vai sofrer. E, como sempre, são os cidadãos, nomeadamente os que não têm seguro de saúde, os primeiros a pagar. Não há sinais de investimento real na capacidade do SNS, apenas uma transferência de responsabilidades para o sector privado, que cresce à custa do desmantelamento do público. A política de austerid...
Para arquivar e tornar acessível os meus artigos de opinião na imprensa. Periodicidade: quinzenal (pelo menos tento!)