Há 4 meses atrás escrevi neste mesmo
jornal que:
“… tendo em conta o perfil, estilo e
forma de estar de cada um, parece-me pacífico concluir que grande parte dos
Faialenses deve ver com bons olhos a continuação do trabalho que têm
desenvolvido. José Leonardo na Câmara, como um homem mais de ação, com
propostas concretas e planificadas, mais sociável, genuíno, terra-a-terra e com
provas dadas em cargos autárquicos, e Carlos Ferreira como deputado regional,
com um discurso e argumentação mais estruturado e eloquente, com uma postura
mais rígida e intransigente, honrando assim o cargo para qual foi recentemente
eleito, na defesa dos interesses dos Faialenses perante o Governo Regional. Até
prova em contrário, penso que assim os Faialenses ficam melhor servidos e
duplamente a ganhar.”
Desde então, segui com atenção as
propostas apresentadas e assisti às entrevistas dos candidatos para o Município
da Horta. Julgo que foram esclarecedoras para perceber quem está melhor
preparado e com projetos devidamente estruturados para o Município.
Uma análise isenta, para quem coloca o
destino do seu município como principal prioridade, acima de clubites
partidárias ou afinidades pessoais, tem que partir de dois pressupostos:
1
– Se o atual presidente cumpriu com o que se propunha no mandato que agora
termina, se teve um desempenho positivo, deixando a Câmara melhor do que a
encontrou e se apresentou propostas concretas, devidamente documentadas para o
que pretende fazer no futuro.
2 – Se os candidatos que se apresentam
como alternativa, para além de apontar o que está menos bem, têm um perfil, uma
estratégia e propostas diferentes para melhor, estruturadas e devidamente
documentadas.
Gostando-se ou não, quem se der ao
trabalho de averiguar, verifica que o atual presidente cumpriu o programa apresentado
há 4 anos atrás, ao qual acresce a redução da dívida da Câmara para quase
metade, fechando o ano de 2016 sem dívidas a fornecedores locais e com um saldo
positivo pela primeira vez desde o 25 Abril. Ora estes factos demonstram que no
geral cumpriu o seu papel, tendo também estado numa roda vida na apresentação
do plano estratégico PIRUS, com dezenas de projetos já conhecidos por todos (destaco
a Frente Mar), alguns já iniciados e outros concluídos (ex: Cônsul Dabney),
devidamente documentados, datados e orçamentados.
Sabendo disso o maior partido da
oposição viu-se forçado a apontar baterias noutra direção, centrando a campanha
em temáticas da responsabilidade de antigos presidentes de Câmara e do Governo,
que em comum têm o facto de pertencerem ao mesmo partido. Partido esse que realçam
estar no poder há muito tempo, pouco importando para tal o tempo de José
Leonardo como presidente e se cumpriu ou não o seu trabalho. Resumindo, tentam
transpor para estas eleições a estratégia utilizada nas legislativas. E basta
ao leitor fazer um pequeno exercício de pesquisa, recordando os argumentos
utilizados na comunicação social pelos candidatos e apoiantes da oposição. Já
agora, consegue enumerar 2 ou 3 propostas estruturantes que apresentaram?
Querem também passar a ideia da
“subserviência ao governo”. Mas para além do fundamental trabalho que é
realizado à porta fechada, todos nós vimos o atual Presidente na comunicação
social a criticar o serviço prestado pela SATA, a saída da TAP, a revindicar
mais acessibilidades e o aumento da pista do Aeroporto, entre outras. Acresce
que não se fica pela crítica, apresentando estudos, soluções e procurando
compromissos.
Curioso é verificar que obras que apenas
tiveram início no (único) mandato de José Leonardo como Presidente, como o
Saneamento ou o Mercado, são utilizados como crítica, questionando do porquê de
já não ter sido feito no passado. A pergunta é pertinente mas deveria ser
colocada a quem de direito e não ao atual presidente, que no seu mandato
diligenciou uma solução concreta e implementou-a. E mais curioso ainda é
verificar que é uma solução defendida pelo principal adversário que já referiu
que se ganhar, as obras são para continuar nos moldes atuais.
Obviamente que nem tudo o que foi
realizado foi o melhor, mas estou certo que o que se fez foi sempre a pensar no
melhor. Da mesma maneira que avaliando a estratégia e a ausência de projetos
alternativos da coligação, bem como inexperiência autárquica do candidato, não
lhe retiro a coragem e capacidade de reivindicação. Mas com programas eleitorais
apresentados e debates realizados, não só mantenho o que já tinha afirmado há 4
meses como o reforço veementemente.
(artigo publicado na edição de 29/09/17 do jornal Tribuna das Ilhas)
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