O plano regional
de 2018 é o segundo plano da programação traçada para o quadriénio 2017-2020
pelo atual Governo Regional. Este importante documento define as opções
políticas, prioridades e orientações de gestão pública para o próximo ano.
Os valores de
despesa de investimento público previsto para 2018 ascendem a 753 milhões
euros, dos quais 503,4 milhões da responsabilidade direta do Governo Regional.
Do total de investimento previsto, cerca de 62 milhões destinam-se à ilha do
Faial.
A maior dotação
financeira do todo regional está afeta ao objetivo “ Fomentar o crescimento
económico e o Emprego Sustentado no Conhecimento, na Inovação e no
Empreendedorismo”, absorvendo 52,8% do valor global de investimento.
Desagregando os
objetivos por entidades executoras, verificamos que a maior parcela vai para a
Secretaria Regional da Agricultura e Florestas com 169 milhões euros, seguido
da Vice-Presidência do Governo, Emprego e Competitividade Empresarial com 158
milhões e Secretaria Regional dos Transportes e Obras Públicas com 151 milhões.
Para 2018, conforme
se pode ver na tabela, a componente principal de financiamento da despesa
pública são as receitas próprias da Região (733,9 milhões euros), cujo montante
ultrapassa a previsão para as despesas de funcionamento (707,6 milhões),
libertando assim também recursos para o investimento. Para se ter uma ideia, em
2012, as receitas próprias da região cobriam apenas 77% das despesas de
funcionamento da administração regional. A cobertura da despesa com o investimento
público (753,1 milhões) é assegurada essencialmente por transferências do
Orçamento de Estado, fundos comunitários e por outros fundos.
Origem
dos Fundos
|
1460,7
|
Receita Própria da RAA
|
733,9
|
Transferências Orçamento Estado
|
265,0
|
Fundos comunitários
|
152,1
|
Outros fundos
|
249,7
|
Nec. De Financiamento
|
60
|
|
(Milhões Euros)
|
Aplicação
dos Fundos
|
1460,7
|
Despesas de funcionamento
|
707,6
|
Investimento Público na RAA
|
753,1
|
|
(Milhões Euros)
|
No que concerne
aos fundos comunitários, não passou despercebido a diminuição de 55 milhões de
euros, que segundo o governo se deve à conclusão de investimentos. Na prática estamos
a “sofrer” do efeito de ter a execução mais alta do país dos projetos previstos
para o quadro comunitário 2014-2020, que representam no total mais de 1500
milhões euros para os Açores. Contudo, o Plano e Orçamento de 2018 mantém o
mesmo valor do ano anterior, devido sobretudo ao aumento de receitas próprias.
No que respeita
à Ilha do Faial, os principais destaques para 2018, em termos de valor de
investimento, estão alocados na finalização da Escola do Mar; na conclusão da
remodelação da creche “O Castelinho”; no apoio aos investimentos a realizar no
Porto e na Marina, destacando-se a requalificação do porto comercial e
intervenções em diversos edifícios; na 2ª fase da empreitada da construção do
Novo Corpo C do Hospital da Horta, nomeadamente, a empreitada de reorganização
dos serviços do Hospital e a construção das infraestruturas para instalação do
Centro de Saúde; no desenvolvimento de empreitadas de requalificação e
modernização dos circuitos terrestes; na conclusão da construção do centro de
dia dos Flamengos; na adaptação da Fábrica da Baleia de Porto Pim a núcleo
museológico, incluindo exposição sobre a biologia do cachalote; na construção
do edifício intergeracional da Feteria, bem como, no fornecimento e instalação
de equipamentos frigoríficos para o novo matadouro do Faial, entre outras.
Analisando o
Plano como uma parte da estratégia do governo para o quadriénio da legislatura
e tendo em conta os dados económicos conhecidos, sou levado a concluir que este
caminho nos está a levar na direção certa. Segundo os dados mais recentes
apurados e divulgados pelo INE referentes a 2015, o crescimento da atividade
económica nos Açores é o mais elevado do país. O valor atual do desemprego está
situado nos 8,2%, o valor mais baixo dos últimos 7 anos, abaixo da média
nacional e atingindo menos da metade do registado no pico da crise.
Em termos gerais,
estou certo que este não é o Plano que todos desejariam, nem vão ser resolvidas
todas as reivindicações das diferentes ilhas, mas parece-me ser o plano que
paulatinamente vai ao encontro das principais necessidades da Região e, espero
eu, na continuação de um avançar firme no bom caminho.
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