A Pordata, projeto da Fundação Francisco Manuel dos Santos, presta um serviço gratuito de acesso a informação estatística certificada sobre a sociedade portuguesa e disponibilizou este mês a edição 2018 do “Retrato dos Açores”. Apesar de credível, nota-se que existe um certo desconhecimento das especificidades dos Açores na apresentação de alguns dados.
Os dados são divididos pelas 9 ilhas e 19 municípios dos Açores, descriminados em diferentes áreas. Não me vou debruçar sobre os dados dos Açores, que já foram publicitados na comunicação social, mas salientar os dados disponíveis da Ilha do Faial.
O Faial é a 3ª ilha com mais população (14792 em 2016), a 5ª com maior superfície e a 3ª com maior altitude. Como a maioria das ilhas, continuamos a ter uma perda de população, mas ao comparar os dados de 2001 e 2016, depreende-se que tal se deve à redução acentuada dos jovens até aos 15 anos, já que a população ativa (15 aos 64 anos) aumentou.
O concelho da Horta é o 2º dos Açores com mais população estrangeira residente, apenas ultrapassado por Ponta Delgada.
Obteve um saldo natural negativo de 31 pessoas entre 2011 e 2017 e um saldo migratório de -21 pessoas entre 2011 e 2016, acompanhando a tendência regional.
Nasceram 114 Faialenses no ano passado e contraíram matrimónio 44 casais, dos quais 36% pela igreja, o que mesmo assim é uma das percentagens mais elevadas a nível Açores.
Em 2016 estavam contabilizados 7124 alojamentos familiares e registados 1992 empresas não financeiras (inclui empresários em nome individual e trabalhadores independentes e exclui atividades financeiras, seguros e a Administração Pública) que empregavam 3867 pessoas.
O poder de compra per capita dos Faialenses é o 2º maior dos Açores, superior à Ilha de São Miguel e Terceira, apenas suplantado pela ilha de Santa Maria.
Refere também a publicação que no saldo de bens das empresas, o Faial foi a única ilha nos Açores que em 2016 exportou mais do que importou (dado que gostava de ver detalhado)
Temos 4834 habitantes a receber pensões de segurança social e da CGA, o que representa cerca de 38% da população residente com 15 ou mais anos.
Em 2017 existiam na ilha de Faial 267 beneficiários do subsídio de desemprego o que corresponde a 4,4% dos contribuintes da Segurança Social.
No mesmo ano, existiam 379 beneficiários do Rendimento Social de Inserção (cerca de metade do registado em 2012), o que corresponde a 3,2% da população residente com 15 ou mais anos, um valor idêntico à média nacional e bem longe dos 15,5% registados na ilha de São Miguel.
A Câmara Municipal da Horta (CMH) é dos municípios dos Açores com menor dívida total, tendo reduzido consideravelmente a sua dívida de 2014 a 2016. Em 2016, dos 19 municípios da região, a CMH tem o 5º melhor saldo financeiro.
Anualmente, são feitos no Faial cerca de 90 compras em terminais de pagamento automático por habitante, valor apenas suplantado por São Miguel com 95. Somos também a 2ª ilha que mais levantamentos faz por ano, cerca de 41 por habitante.
No que toca a participação eleitoral, apesar da abstenção elevada nos atos eleitorais, é consideravelmente inferior à média regional, sendo até nas autárquicas inferior à média nacional.
No turismo, somos a 2ª ilha com mais dormidas nos estabelecimentos hoteleiros por 100 habitantes, atrás da Ilha de São Miguel. Apesar disso, no que toca a receitas das dormidas por hóspede nos estabelecimentos hoteleiros, estamos longe dos valores de São Miguel.
Estes são alguns dos principais dados apresentados sobre o Faial, que julgo serem importantes dar a conhecer e analisar.
Mais informações sobre os indicadores no site da Pordata.
(artigo publicado no dia 22/06/2018 no Tribuna das Ilhas )
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