Dia 26 de setembro somos todos chamados a exercer nas urnas um dos nossos direitos fundamentais: o de podermos eleger os nossos representantes no poder local.
Os representantes dos órgãos autárquicos são os que
estão mais próximos das pessoas. São nossos colegas de trabalho, amigos e até
familiares. Por isso mesmo sentimos mais estas eleições como projetos de
pessoas e menos de partidos.
No Faial assumem-se 5 candidaturas autárquicas: a do
PS, com a recandidatura do atual Presidente da Câmara, José Leonardo, que
concorre a um último mandato; a da CDU, uma vez mais com Paula Decq Mota; a do
BE, encabeçada por Aurora Ribeiro, mais conhecida dos faialenses desde as últimas
eleições regionais; a do “Juntos pelo Faial”, coligação que agrega o PSD,
CDS-PP e PPM, cujo líder é Carlos Ferreira, também repetente nestas andanças; e
a do Grupo de cidadãos “Somos Faial”, que se estreia nestas eleições, lista
esta encimada por Souto Gonçalves, figura bem conhecido dos Faialenses.
Como qualquer faialense atento assisti, no passado
domingo, ao debate promovido pela RTP-Açores com todos os candidatos. Apesar desta
iniciativa ser de louvar, quando estamos perante um painel de 5 candidatos
torna-se difícil aprofundar seja o que for. Assim, é fundamental demostrar
conhecimento sobre os temas e conseguir ser o mais assertivo e com maior
capacidade de síntese, o que nem sempre é fácil. Foi notória a falta de tempo para
exporem as suas ideias, mas do debate destaco o seguinte:
- “Somos Faial”, um projeto que tem como ponto forte
a capacidade de agregação de cidadãos descontentes com os partidos, que
pretendem contribuir, da melhor forma que conseguem, para a causa pública. Do
discurso do seu candidato, apesar de notoriamente bem-falante e interventivo, demonstrou
pouco conteúdo.
- “Juntos pelo Faial” (PSD, CDS-PP, PPM), Carlos
Ferreira, que já se candidatou há 4 anos, apresenta desta vez um discurso muito
colado ao novo Governo Regional, pretendendo daí retirar vantagem. Chegou a
prometer obras da responsabilidade do Governo. No geral, transmitiu alguma
insegurança e falta de ânimo, que foi colmatando para o fim do debate. Não é
que tenha estado mal, mas soube manifestamente a pouco, principalmente quando
estamos perante o aclamado portador da Mudança.
- BE, com um projeto interessante, mas com pouca
capacidade de o fazer passar para o faialense comum, fruto da pouca experiência
da candidata, que não conseguiu, no decorrer do debate, a tal assertividade tão
necessária neste formato.
- CDU, com uma boa candidata, que tem vindo a ganhar
terreno junto do eleitorado faialense. Dona dum discurso assertivo, lógico e
coerente e com ideias para o Faial. É caso para se dizer “Filho de peixe, sabe
nadar!”. Ao contrário de Carlos Ferreira, soube apontar falhas sem denegrir a
imagem do Faial face a outras ilhas.
- PS, o atual Presidente da Câmara demonstra ser um
homem conhecedor das matérias, dominando os dossiers com à vontade, chegando a
colocar o seu principal adversário numa postura defensiva, quando seria de
esperar o contrário. Estamos efetivamente perante uma pessoa com vasta
experiência autárquica: anterior Presidente de junta de freguesia, anterior
vice-presidente da Câmara e Presidente há 8 anos. Com esta Presidência a Câmara
da Horta tem as suas contas equilibradas, sem atrasos nos pagamentos a
fornecedores. Foram lançados projetos como o “Aposte Local, Compre no Faial” e o
início do grande projeto da Frente Mar. Foram conseguidos investimentos
privados relevantes para a nossa ilha e reabilitado o Mercado Municipal. Foram reabilitadas 31 estradas municipais, foram
apoiadas as famílias e as empresas num mandato difícil, com acontecimentos
extremos, como o furacão Lorenzo e a pandemia. Assumiu que nem todos os
projetos idealizados correram bem, ou conseguiram cumprir com os timings
propostos, com empreiteiros falidos e falhas em infraestruturas. Mesmo assim
demonstrou que trilhou um caminho positivo e que tem planeado o futuro.
Tendo em conta o perfil dos 2 principais candidatos
mantenho a ideia de há 4 anos atrás: acredito que o Faial fica duplamente a
ganhar com a continuação do trabalho que cada um tem desenvolvido. José
Leonardo na Câmara, como um homem de ação e conhecedor dos temas, com propostas
concretas e planificadas e provas dadas em cargos autárquicos. Carlos Ferreira
como deputado regional, mais vocacionado para a reivindicação e influência,
honrando assim o cargo para o qual foi recentemente eleito, na defesa dos
interesses dos Faialenses perante o Governo Regional.
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