Avançar para o conteúdo principal

Semana do Mar 2022

Terminou mais uma edição da muita aguardada Semana do Mar. A festa máxima da nossa ilha e uma das mais importantes dos Açores, o ponto de encontro de familiares e amigos que retomam, a enchente de turistas e o variado cocktail de provas náuticas. A única semana onde a ilha se modifica, enchendo-se de vida e alegria de noite e de dia.

Mas neste ano, em particular, muito aguardada por termos passado por 2 anos de pandemia, e onde se perceba claramente que era de festa que todos ansiavam. Acresce a curiosidade de perceber o novo figurino associado à forçada deslocação devido às obras na Avenida.

O recorde no turismo, associado à ânsia de festa e de reencontros, fazia prever o sucesso, que nem eventuais dúvidas sobre um novo local poderiam ofuscar. O esperado veio a concretizar-se e dadas as circunstâncias acho que é opinião unânime que tivemos mais uma excelente Semana do Mar.

Há contudo que analisar o que correu bem e menos bem neste novo figurino, o que é a Semana do Mar e o que queremos que ela seja.

Como aspetos positivos destaco a abrangência da festa e o espaço muito amplo na Alagoa para os concertos, que nos fazia vivenciar um cenário de festival de música, bem como a maioria dos cabeças de cartaz, apelativos para as massas e ao mesmo tempo diversificado nos estilos e perfis etários, fazendo lembrar o sucesso das enchentes de 2017.

Se a abrangência do espaço da Alagoa é propício para assistir a grandes concertos, já a Avenida Machado Serpa foi onde senti o espírito da Semana do Mar, completamente apenhada de gente em amenas cavaqueiras, petiscando nas pequenas tascas e quiosques, num espaço de festa e luz, que contrabalançava com o espaço mais escuro e frio da Alagoa. Mais próximo do horário dos concertos lá se fazia a romaria para a Alagoa, ajudando assim as “grandes” tasquinhas com explanada, que me pareceram este ano mais esquecidas pela localização e, talvez por isso, algumas sentiram necessidade de baixar o preço da cerveja!

Em relação ao espaço da restauração, apesar de estar mais amplo e ter a proximidade do espaço infantil, o que é sempre útil para quem tem crianças, a ausência do mar, da vista para o canal e para o Pico (onde podemos estar a jantar e ver a lua cheia a subir o Pico e iluminar o canal), bem como a brisa do mar a refrescar nos dias mais quentes, foi algo insubstituível para mim. Já diz o ditado que os olhos também comem, mas para além da vista de uma das mais belas baias do mundo, o facto de estarmos por baixo de lonas e num local fechado por quase todos os lados, fez com que as temperaturas no local de restauração fossem por vezes bastante desconfortáveis. Sendo expectável que pelo menos para o ano a festa terá que ser no mesmo local, é de considerar a passagem do espaço de restauração para junto da praia, inclusive para a zona onde está situada a tenda eletrónica.

Comparando com o figurino anterior, não há dúvida que é um melhor lugar para assistir um concerto de grande afluência como foi o dos Xutos, mas não nos podemos esquecer que a Semana do Mar não é só concertos, nem do mais importante: a origem da Semana do Mar, a maior prova náutica do País, e que se quer, por natureza, próxima do Clube Naval e da Marina, dada a sua importância nestes eventos náuticos.

Por tudo isto acho precipitado o desejo de alguns da deslocação definitiva da Semana do Mar. Até porque vamos ter num futuro próximo a nossa Frente Mar, com a badalada Praça do Mar, que vai contemplar toda a zona da Avenida até às Finanças, com a passagem do trânsito automóvel para a rua de dentro e perspetiva abertura e ligação ampla para a Marina, tendo assim todas as condições de lá ficar o palco principal e eliminar os constrangimentos anteriormente vivenciados. A meu ver será o anfiteatro perfeito para a Semana do Mar que deverá ser testado para assim se tirar as devidas comparações.

No geral, foi uma grande festa que ainda bem que está de volta! Parabéns a todos os organizadores e vemo-nos para o ano!

Comentários

Top 10 dos artigos mais lidos

O Faial duplamente a ganhar

O “spinning” da informação

A Estabilidade Governativa

Autárquicas de corpo e alma

Um dia negro para os Açores

O infortúnio do Mestre Simão

“Pensar é difícil, é por isso que as pessoas preferem julgar”

Aeroporto da Horta - O antes e o depois

Pordata - O Retrato do Faial

Vox populi - Habemus Presidentum!