O momento político atual na Região e no país caracteriza-se por um cenário de turbulência e incerteza, agravado por todo o panorama internacional conhecido. É um tempo para estarmos alerta e participativos, para defendermos os nossos valores e construirmos um futuro melhor.
Vivenciamos a
singular situação de na República termos um orçamento sem governo e nos Açores
um governo sem orçamento. Como consequência, os Açorianos têm a particularidade
de ir às urnas três vezes no ano de 2024, com legislativas regionais em
fevereiro, legislativas nacionais em março e europeias em junho.
A condimentar
tudo isto, tivemos a nível regional uma caranguejola de 5 partidos que não se
entende e que consecutivamente foi apontado a nível nacional como um exemplo
negativo e instável de Governação. E a nível nacional um acumular de casos que
vão desde membros de gabinetes do governo até ao Presidente da República, que
devem deleitar todos aqueles que não se identificam com o nosso sistema
democrático.
Em relação à
situação regional, é de facto surpreendente que a incapacidade do governo de
gerar consensos ou a mudança de opinião dos partidos que apoiavam a coligação,
possa ser utilizada para culpar quem sempre manteve a mesma linha durante toda
a legislatura.
Quem num dia
referia que iria apresentar um novo orçamento e continuar a governar, para no
dia seguinte apontar a melhor data para eleições, efetivamente percebeu que o
momento ideal era agora.
Assim, não tem
que esperar pelo fim do mandato que se transformou numa ausência de políticas
estruturais e de concretização de promessas, como é o caso das principais obras
do Faial (que não passam de intenções ou projetos). Um mandato que podemos
resumir em benesses para os funcionários públicos, para o eleitorado das ilhas
dos líderes de CDS e PPM e passagens acessíveis inter-ilhas. O resultado foi a
degradação da maioria dos indicadores e um aumento acentuado da dívida, em
contraciclo com a situação nacional.
Se somarmos a
isso os casos negativos associados ao PS no Continente, não restam dúvidas que
o momento para a queda do governo tinha de ser agora, assegurando que a culpa
ficasse com terceiros, para surfar a onda da vitimização.
Serviu também para
acabar com o processo de privatização da SATA, que tantas dúvidas e fortes
críticas estava a levantar. Referiu José Bolieiro que, devido ao chumbo do
orçamento e queda do governo, a "ética democrática e cautela"
recomendava suspender o processo. Mas a mesma ética democrática e cautela dissipou-se,
quando dias depois anunciou o megalómano processo de um novo túnel na Ribeira
Grande.
Há, contudo,
duas grandes diferenças nos atos eleitorais do PSD a nível regional e nacional.
Na Região apresenta-se coligado com 2 partidos, no continente sem coligação.
Será curioso ver a posição dos partidos da coligação nas listas regionais, que
deixará a nu o efetivo poder de cada um.
A segunda
situação a realçar é a clareza (ou falta dela) para o eleitorado.
Luís Montenegro
já afirmou publicamente que não fará acordos de governação com o partido de
André Ventura e foi até mais longe, referindo que não governa se não ganhar as
eleições.
Vale o que vale,
mas são "garantias" tornadas públicas ao eleitorado para as próximas
eleições, que assim já sabe ao que vai.
E o que diz o
líder regional do PSD, José Manuel Bolieiro, aos Açorianos?
Os Açorianos têm o direito de saber!
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