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Alerta vermelho para as acessibilidades ao Faial

Nos últimos tempos temos tido um conjunto de notícias que devem preocupar todos os Faialenses no que toca a um fator fundamental para o desenvolvimento económico da nossa ilha. Falo das acessibilidades, nomeadamente no que se refere ao Porto/Marina, Aeroporto e, associados a estes temas, a privatização da SATA e os novos barcos da Atlânticoline.   

1 – Porto – O porto mais estudado dos Açores é adiado eternamente para as calendas gregas, ficando assim a oferta para quem chega ao nosso porto e marina, cada vez mais prejudicada e sem capacidade, nem condições adequadas para os tempos atuais. Temos também o transporte marítimo de mercadorias, que vai de mal a pior, com constantes atrasos à nossa ilha, com constrangimentos para empresários e o cidadão comum. Se a tudo isso associarmos o estudo encomendado pelo Governo para o Transporte Marítimo de Mercadorias, que claramente beneficia o porto da Praia da Vitória, passando a atuar como porto de entrada e de saída, vemos que isto tudo afunila negativamente para o Faial.

2 - Aeroporto - Uma pista sucessivamente adiada, em que cada notícia só traz mais incertezas e que cada vez mais parece que dificilmente será ampliada, pelo menos para os valores que seriam desejados. As novas OSP, reduzem os valores mínimos de lugares oferecidas na rota Lisboa/Horta/Lisboa. É sabido que nos períodos de maior procura e com as chamadas de atenção locais, os voos por vezes surgiram (mesmo que aquém do desejado e em tempo inadequado), só que com a privatização da SATA este será um expediente cada vez com menos sucesso.

3- Privatização da SATA:  O que já em si poderá ser preocupante para a nossa rota (e  basta ver o que se passou com os privados para as rotas dos Açores com maior procura, que do dia para a noite decidem ir embora ou reduzir os voos, com claro impacto na região), deixa-nos ainda mais apreensivos, quando os concorrentes são de uma qualidade claramente duvidosa, que até o próprio júri escolhido pelo Governo, tem fortes dúvidas sobre o único concorrente admitido.

4 - Barcos da Atlânticoline - Foi aberto concurso para a aquisição de 2 novos barcos elétricos. Compreendo e concordo que os apoios europeus sejam canalizados para energias amigas do ambiente, mas questiono a aplicação na nossa realidade e sobretudo na redução de passageiros e viaturas que a decisão apresentada acarreta. A vinda destes novos barcos é circunscrita ao triângulo por razões óbvias, já tendo sido anunciado que um dos barcos atuais servirá para fazer rotas entre São Miguel e Santa Maria, sendo que o outro ficaria mais focado na época alta para a linha branca (Graciosa e Terceira) e lilás (Terceira). 

Trocado por miúdos, o triângulo e sobretudo o canal Faial - Pico ficará na prática com uma redução de viaturas e passageiros, isto quando é sabido a dificuldade que já é viajar ou levar uma viatura na época alta. 

Se a isto associarmos as notícias da utilização dos novos barcos elétricos no Tejo (que não é propriamente o mar do meio do Atlântico) as perspetivas não são animadoras, nomeadamente no que concerne a constantes avarias e limitações.

Dessa experiência percebemos que a viagem passa a ser com poucos ou nenhuns odores e ruídos, mas em contrapartida, mais sensível à ondulação, por serem mais leves que os antigos navios. É também destacado o facto de a aproximação ao cais precisar de ser feita com mais cautela.

Sabendo do infortúnio do Mestre Simão e da realidade do nosso mar e portos do Triângulo, também é algo que nos deve deixar apreensivos. 

Epílogo: A junção destes 4 pontos apontam para um nó cego, que se não for devidamente desatado, poderá lesar o desenvolvimento da nossa ilha.

(artigo publicado na edição de 24 de Abril do Tribuna das Ilhas)



Comentários

  1. Muito bem! Estanho é que as forças vivas do Faial estejam todas a assobiar para o ar! A própria oposição é muito verdinha e serve de pouco...

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